sábado, 26 de setembro de 2015

Flávio Josefo - historiador judeu



Introdução
Este breve relato sobre a vida e obra de Flávio Josefo não é uma análise completa e exaustiva de sua biografia, mas apenas relatar de alguns pontos de sua vida e verificar como este historiador renomado contribui com seus relatos com as profecias de Jesus quanto a destruição de Jerusalém.

Vida e obra de Josefo
Os autores de “História dos Hebreus”, publicado pela CPAD, Ed. 2012, afirma que “Flavio Josefo é considerado um dos maiores historiadores de todos os tempos” (CPAD, p.66).

Dele Flávio Josefo registrou em sua autobiografia livro Antiguidades Judaica.

“Meu pai chamava-se Matatias. Meu nome é Josefo, e sou hebreu de nascimento, sacerdote em Jerusalém. No princípio, combati contra os romanos, e a necessidade, por fim, me obrigou a empreender a carreira das armas”. (JOSEFO, Antiguidades Judaicas. CPAD, p.69).

Nesta mesma obra, História dos Hebreus, uma obra refinada que contém todas as obras registradas de Josefo, dele resume assim:
Flávio Josefo foi um escritor e historiador judeu que viveu entre 37 e 103 d.C. Seu pai era sacerdote, e sua mãe descendia da casa real hasmoneana. Portanto, Josefo era de sangue real. Ele foi muito bem instruído nas culturas judaica e grega. Falava perfeitamente o latim — o idioma do Império Romano — e também o grego. Logo cedo, demonstrou intenso zelo religioso, filiando-se ao grupo religioso dos fariseus. Durante toda a sua vida, a sua terra e o seu povo estiveram sob o domínio romano. (CPAD, p.61)

Champlim (p.597) afirma no ano 64 ele visitou Roma em missão religiosa com a finalidade de obter a liberdade de alguns sacerdotes que haviam sido encarcerados. Josefo se opunha à dominação Romana e em 66 d.C foi designado para defender posições na Galileia durante a guerra.  Romano-judaica (CPAD. p. 61). “Ai ele logrou algumas vitórias, mas logo foi derrotado, se rendendo ao exército romano”.
A revolta judaica contra os romanos em 66 d.C. foi a contragosto de Josefo, porém nada pode fazer, senão seria confundido como partidário dos romanos. Sua convocação para liderar o exército judaico e defender posições na Galiléia está registrado assim por ele:
“... e Josefo, filho de Matias,* para exercer um  cargo semelhante na alta e na baixa Galiléia, acrescentando-se ao seu governo   Gamai, que é a praça mais forte de todo o país”.  (Guerras Judaicas, livro 2º., Cap. 42 vs. 224. CPAD, p, 1156)

No calor da batalha defendendo a fortaleza de Jotapate, localizada nas montanhas da Galileia, Josefo descreveu assim aquele confronto com o poderoso exército romano:
“... a ciência da guerra unida à coragem combatia de um lado; a audácia e a coragem armadas pelo furor, do outro”. (Guerras Judaicas, livro 03, cap. 11 vs. 248. CPAD, p.1180).

Os autores também afirmam que Flavio Josefo depois de ser capturado na Galiléia contribuiu com os romanos na conquista de Jerusalém e “foi conduzido a Roma, onde lhe conferiram a cidadania romana e também uma pensão do Estado, época em que lhe foi dado o nome romano de Flávio” (CPAD, p.61).
Ele viveu em Roma até o fim de sua vida, escrevendo a obra que atravessaria os séculos e chegaria até nós. Depois da Bíblia, é a maior fonte de informações sobre os impérios da Antiguidade, o povo judeu e o Império Romano. As obras de Josefo vêm sendo preservadas e divulgadas pela Igreja cristã, uma vez que os judeus até hoje consideram Josefo um oportunista, devido ao seu relacionamento com os romanos (IBID).

Josefo era um homem temente a Deus e nos parece que ele teve consciência de que lutar contra os romanos era vã, pois Deus já havia descido o que fazer com aquela nação pelas mãos dos romanos:

“Josefo então se lembrou dos sonhos que tivera, nos quais Deus lhe fizera ver as desgraças que sucederiam aos judeus e os felizes resultados obtidos pelos romanos, pois ele sabia explicar os sonhos e ver a verdade mesmo no meio das trevas, a qual Deus muitas vezes se compraz em esconder e como ele era sacerdote, também conhecia as profecias que estão nos livros santos”.  (Guerras Judaicas, livro 3ª, cap. 24 vs.266, CPAD, 1196, 1197).


Considerações Finais

Flávio Josefo contribui para a veracidade das profecias de Jesus Cristo a respeito da destruição do templo em Jerusalém, da Cidade e do sofrimento vivido profetizado por Jesus no texto dos Evangelhos de Lucas e Mateus. Pela pena de Josefo e podemos verificar a riqueza de detalhe dos acontecimentos envolvendo o cerco romano à cidade de Jerusalém e o sofrimento das pessoas naquele tempo.  Flávio (nome romano) Josefo (nome judaico) entra para história sem ter conhecido Jesus e contribui com ele para manter verdadeira a palavra: “Passará o céu e a terra, mas minhas palavras não hão de passar” (Mat. 24:35).

José Maria Vieira Rodrigues
2° Ano Teologia
Faculdade Paschoal Dantas





 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAMPLIN, R.N.  Enciclopédia de Biblia, Teologia e Filosofa. São Paulo: Hagnus, 10ª. Ed.      2011
FINAMORE, Josias. Historia dos Hebreus (Trad. Vicente Pedroso).  Rio de Janeiro:      CPAD, 2012.
JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas (Historia dos Hebreus, Trad. Vicente Pedroso). Rio     de Janeiro: CPAD,            2012.

JOSEFO, Flávio. Guerras Judaicas. (Historia dos Hebreus, Trad. Vicente Pedroso). Rio de      Janeiro: CPAD, 2012.

DIÁSPORA JUDAICA


INTRODUÇÃO
            O relato a seguir não se trata de uma pesquisa exaustiva referente ao assunto em epigrafe, no entanto para termos uma noção do que foi a Diáspora Judaica.
De forma sintética tratamos do assunto conceito e definições e posteriormente numa perspectiva histórica, o movimento emigratório dos judeus desde Abraão (c.2200 a.C.) até o ano 130-135 d.C.
A diáspora judaica é provavelmente uma dos mais interessantes acontecimentos emigratórios mundiais.  Há judeu em toda parte do mundo atualmente. Dominando a economia, a ciência e a religião. É absurdamente incrível como um povo que era tão pequeno que vivia em uma faixa de terra menor que o Estado do Sergipe, se tornou tão numeroso e próspero.

1.    CONCEITOS E DEFINIÇÕES.
Segundo nos informa R. N. Champlim (Vol.2. p.141) o termo “diáspora” ganhou sentidos no decorrer da história que envolve os judeus: 

1)         O termo é usado para se referir às colônias judaicas que se estabeleceram em outras partes do mundo, fora da Palestina.  “Diáspora” vem do grego e significa “dispersão” equivalente ao vocábulo hebraico “golah”.
 2) - O termo, também pode se referiraos movimentos voluntários de emigração de judeus para outras terras, mas também se refere  às colônias judaicas que resultaram de guerras, exílios e aprisionamentos”.  (Bem como), os descendentes dos exilados e deportados também vieram a fazer parte da diáspora.

            Champlim define diáspora da seguinte forma, também, que:

3) - o termo diáspora refere-se originalmente aos judeus dispersos fora da Palestina, durante os períodos grego e romano (...) atualmente, alguns eruditos usam esse termo para aludir aos judeus dispersos a partir do século IV a.C., quando eles se estabeleceram em Alexandria, no Egito, ou em Antioquia da Síria. (CHAMPLIN. Vol.2 p.142)

O Professor Me. Ivam P. Guedes nos informa que “na época bíblica a palavra significava “refúgio” e ao mesmo tempo “proteção”, e que somente após a destruição do segundo Templo passou a significar “dispersão””(Blog Reflexão  Bíblica).

2.  OS JUDEUS PELO MUNDO  (2.000 a.C. a  130 d.C.)

O Dicionário Bíblico Wycliffe (PFEIFFER, VAS, 567,568) nos dá amplas informações sobre a diáspora informando que:
Desde a época em que Deus deu a Palestina para Abraão e a seus descendentes como uma possessão permanente (Gn. 13:14-17), a posição da nação de Israel tem sido determinada por sua relação com essa terra. (...) A primeira ausência da nação da terra foi predita em Genesis 15:13, onde o Senhor informa a Abraão sobre o destino de seus descendentes. Uma promessa de reestabelecimento vem logo em seguida e se cumpriu com a permanência dos descendentes de Jacó por aproximadamente 400 anos no Egito. Parece que esse foi   o cenário que, no decorrer da história do povo de Israel, se repetiu várias vezes, pois o Senhor avisou a Moisés que usaria desse método para corrigir Israel quando se apostatassem (Deut. 28:15: 15-25; 30:1-4). Assim a nação foi advertida que seria castigada com a expulsão das terras de Israel. Profetas como Oséias, Isaias, Jeremias e outros foram enviados para lembra o rei e o povo o motivo de tal juízo (Os. 9:8; Jer. 8:3; Ez. 04h13min). Não demorou muito para ver oss o resultado da desobediência. O reino do Norte – Israel foi levado cativo pelo rei da assíria em 722 a.C (2 Rs. 17:7-20) e aproximadamente 130 anos mais tarde o reino do sul, Judá, mesmo sendo advertidos pelos profetas é levado cativo para a Babilônia em 586 a.C. (2 Rs. 24:14; 25:6, 11) e outros emigraram para o Egito (Jr. 41:17)  a contragosto do Senhor, inclusive o próprio Jeremias. A razão para esta dispersão foi claramente declarada. Ela consistiu na rejeição que demonstraram para com as advertências dos profetas, e sua continuidade na idolatria (2 Cro. 36:13-16).


Ptolomeu I, do Egito (322 – 285 a.C) por ocasião de sua invasão à Palestina levou muitos cativos para a Alexandria onde se estabeleceram e mais tarde tornou-se um grande centro judaico. Antíoco[1], da Síria (322 – 187 a.C), transportou cerca de 2.000 famílias da Babilônia e as relocou na Frigia[2] e na Lidia (cf. I Pe. 1:1). “Embora tivessem conferidos direitos e liberdade consideráveis”. Champlin informa que os judeus se espalharam por um território muito extenso, tendo atingido a Ásia Menor, e finalmente a própria Grécia. (CHAMPLIN. Vol.2.p.141)
Seleuco Nicator, da Síria (c.300 a. C) conquistou a Palestina e deportou em pequena proporção. (CHAMPLIN. Vol.2. p.141).
Pompeu após capturar Jerusalém em 63 a.C. levou muitos judeus para Roma para serem vendidos como escravos. Mais tarde ganharam a liberdade e direitos civis.
Estrabão, o geógrafo antigo, menciona, em uma época anterior à de Filo, como havia colônias judaicas que se tinham concentrado em certos lugares. Esse povo já se instalou em cada cidade, e não é fácil descobrir algum lugar, no mundo habitável, que não tinha recebido elementos dessa nação, e onde seu poder não se tem feito sentir. (CHAMPLIN. Vol.2. p.142).

            Cláudio, no ano 45-49 expulsou os judeus de Roma. Atos narra a historia de Áquila e Priscila provenientes de Roma por terem sido expulso.
            A maior diáspora ocorreu em 130-135 d. C. conhecida com a Terceira Guerra Judaico-Romana também chamada de revolta de Bar Kokhba (filho da estrela), que se intitulava messias libertador dos judeus. O pivô da revolta teria sido a intenção do então Imperador Adriano de reconstruir Jerusalém como uma cidade helenista e sobre o monte do templo seria construído um santuário a Júpiter Capitolino. Decisão que feriu os sentimentos religiosos dos judeus.  Terminada a guerra a Judeia estava quase um deserto. Milhares de judeus morreram lutando, ou de fome ou de doenças. Escravos judeus abarrotavam o mercado. “Um escravo tornou-se mais barato que um cavalo”
 Como vimos por volta do século II a.C., os judeus já haviam se estabelecido em uma vasta área; incluindo a Ásia Menor, norte da África e Roma. Na Europa chegaram antes mesmo do Cristianismo, antes mesmo da destruição do segundo templo de Jerusalém. Na idade moderna já envolvia a “maioria das nações, entre a quais destacam: Espanha, Portugal, a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Polônia, a Rússia, porções da índia e da China. A maior colônia Judaica do mundo, fora da Palestina, se encontra na América do Norte.  A Argentina e Brasil, respectivamente estão as maiores colônias judaicas na América do Sul. (CHAMPLIN. Vol.2.p. 141).

Há mais judeus vivendo fora da Palestina do que ali, o que significa que continua havendo uma grande diáspora, até os nossos próprios dias.  No tempo do Novo testamento havia mais judeu vivendo fora da Palestina do que dentro dela.  Estima-se que cerca de três a cinco milhões de pessoas. (CHAMPLIN. Vol.2.p. 141)...


3.   CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente os judeus estão espalhados pelo mundo todo, se estabeleceram   e se envolveram em todos os ramos da economia. Muitos deles se esqueceram de suas raízes e costumes, mas a grande maioria guarda os costumes e datas sagradas. Particularmente conheço alguns que são zelosos em preservar a tradição que foi modificada no decorrer dos séculos.

José Maria Vieira Rodrigues
2° Ano Teologia
Faculdade Paschoal Dantas


4.    BIBLIOGRAFIA
 CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10 ed. São Paulo: Agnus. 2011.
PFEIFFER, Charles F. VAS, Haward F. REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. (Trad.Degmar R. Junior). Rio de Janeiro: CPAD. Vol.05. 2010.

5.    WEBSITES CONSULTADOS. 
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/2655689/OS-JUDEUS-DA-DIASPORA/, visitado dia 19/08/15 17:06 h.






[1]  Existiram vários Antiocos possivelmente este seja Antioco III cf. C HAMPLIN. Vol.2. p 142)
[2] Laodicéia de Apocalipse cap. 3 Foi capital da Frigia. Fundada por Antioco Epfanio II.  Rei da Síria (261-246 a.C.), que repovoou a cidade com famílias da síria e judia que trouxe da  Babilônia. No ano 62 d.C. segundo um recenseamento havia na região 7.500 varões judeus, sem contar as mulheres e crianças. Aqui estavam os mais influentes judeus que tinham o direito de cobrar impostos.  Poucas regiões do mundo romano havia judeus tão ricos com em Laodicéia. (Vargas. p.84)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

HISTÓRIA DO ISRAEL ANTIGO II - Revisão: Divisão do Reino

CAUSAS DA DIVISÃO

ü Quando da morte de Salomão o clima na Nação era de tensão e insatisfação;
ü Altos impostos; Corveia ( serviço gratuito que se prestava ao soberano);
ü Já existia, de fato, uma divisão entre Judá e Israel;

üRoboão, filho de Salomão, é coroado em Siquém (Sul)