sábado, 26 de setembro de 2015

DIÁSPORA JUDAICA


INTRODUÇÃO
            O relato a seguir não se trata de uma pesquisa exaustiva referente ao assunto em epigrafe, no entanto para termos uma noção do que foi a Diáspora Judaica.
De forma sintética tratamos do assunto conceito e definições e posteriormente numa perspectiva histórica, o movimento emigratório dos judeus desde Abraão (c.2200 a.C.) até o ano 130-135 d.C.
A diáspora judaica é provavelmente uma dos mais interessantes acontecimentos emigratórios mundiais.  Há judeu em toda parte do mundo atualmente. Dominando a economia, a ciência e a religião. É absurdamente incrível como um povo que era tão pequeno que vivia em uma faixa de terra menor que o Estado do Sergipe, se tornou tão numeroso e próspero.

1.    CONCEITOS E DEFINIÇÕES.
Segundo nos informa R. N. Champlim (Vol.2. p.141) o termo “diáspora” ganhou sentidos no decorrer da história que envolve os judeus: 

1)         O termo é usado para se referir às colônias judaicas que se estabeleceram em outras partes do mundo, fora da Palestina.  “Diáspora” vem do grego e significa “dispersão” equivalente ao vocábulo hebraico “golah”.
 2) - O termo, também pode se referiraos movimentos voluntários de emigração de judeus para outras terras, mas também se refere  às colônias judaicas que resultaram de guerras, exílios e aprisionamentos”.  (Bem como), os descendentes dos exilados e deportados também vieram a fazer parte da diáspora.

            Champlim define diáspora da seguinte forma, também, que:

3) - o termo diáspora refere-se originalmente aos judeus dispersos fora da Palestina, durante os períodos grego e romano (...) atualmente, alguns eruditos usam esse termo para aludir aos judeus dispersos a partir do século IV a.C., quando eles se estabeleceram em Alexandria, no Egito, ou em Antioquia da Síria. (CHAMPLIN. Vol.2 p.142)

O Professor Me. Ivam P. Guedes nos informa que “na época bíblica a palavra significava “refúgio” e ao mesmo tempo “proteção”, e que somente após a destruição do segundo Templo passou a significar “dispersão””(Blog Reflexão  Bíblica).

2.  OS JUDEUS PELO MUNDO  (2.000 a.C. a  130 d.C.)

O Dicionário Bíblico Wycliffe (PFEIFFER, VAS, 567,568) nos dá amplas informações sobre a diáspora informando que:
Desde a época em que Deus deu a Palestina para Abraão e a seus descendentes como uma possessão permanente (Gn. 13:14-17), a posição da nação de Israel tem sido determinada por sua relação com essa terra. (...) A primeira ausência da nação da terra foi predita em Genesis 15:13, onde o Senhor informa a Abraão sobre o destino de seus descendentes. Uma promessa de reestabelecimento vem logo em seguida e se cumpriu com a permanência dos descendentes de Jacó por aproximadamente 400 anos no Egito. Parece que esse foi   o cenário que, no decorrer da história do povo de Israel, se repetiu várias vezes, pois o Senhor avisou a Moisés que usaria desse método para corrigir Israel quando se apostatassem (Deut. 28:15: 15-25; 30:1-4). Assim a nação foi advertida que seria castigada com a expulsão das terras de Israel. Profetas como Oséias, Isaias, Jeremias e outros foram enviados para lembra o rei e o povo o motivo de tal juízo (Os. 9:8; Jer. 8:3; Ez. 04h13min). Não demorou muito para ver oss o resultado da desobediência. O reino do Norte – Israel foi levado cativo pelo rei da assíria em 722 a.C (2 Rs. 17:7-20) e aproximadamente 130 anos mais tarde o reino do sul, Judá, mesmo sendo advertidos pelos profetas é levado cativo para a Babilônia em 586 a.C. (2 Rs. 24:14; 25:6, 11) e outros emigraram para o Egito (Jr. 41:17)  a contragosto do Senhor, inclusive o próprio Jeremias. A razão para esta dispersão foi claramente declarada. Ela consistiu na rejeição que demonstraram para com as advertências dos profetas, e sua continuidade na idolatria (2 Cro. 36:13-16).


Ptolomeu I, do Egito (322 – 285 a.C) por ocasião de sua invasão à Palestina levou muitos cativos para a Alexandria onde se estabeleceram e mais tarde tornou-se um grande centro judaico. Antíoco[1], da Síria (322 – 187 a.C), transportou cerca de 2.000 famílias da Babilônia e as relocou na Frigia[2] e na Lidia (cf. I Pe. 1:1). “Embora tivessem conferidos direitos e liberdade consideráveis”. Champlin informa que os judeus se espalharam por um território muito extenso, tendo atingido a Ásia Menor, e finalmente a própria Grécia. (CHAMPLIN. Vol.2.p.141)
Seleuco Nicator, da Síria (c.300 a. C) conquistou a Palestina e deportou em pequena proporção. (CHAMPLIN. Vol.2. p.141).
Pompeu após capturar Jerusalém em 63 a.C. levou muitos judeus para Roma para serem vendidos como escravos. Mais tarde ganharam a liberdade e direitos civis.
Estrabão, o geógrafo antigo, menciona, em uma época anterior à de Filo, como havia colônias judaicas que se tinham concentrado em certos lugares. Esse povo já se instalou em cada cidade, e não é fácil descobrir algum lugar, no mundo habitável, que não tinha recebido elementos dessa nação, e onde seu poder não se tem feito sentir. (CHAMPLIN. Vol.2. p.142).

            Cláudio, no ano 45-49 expulsou os judeus de Roma. Atos narra a historia de Áquila e Priscila provenientes de Roma por terem sido expulso.
            A maior diáspora ocorreu em 130-135 d. C. conhecida com a Terceira Guerra Judaico-Romana também chamada de revolta de Bar Kokhba (filho da estrela), que se intitulava messias libertador dos judeus. O pivô da revolta teria sido a intenção do então Imperador Adriano de reconstruir Jerusalém como uma cidade helenista e sobre o monte do templo seria construído um santuário a Júpiter Capitolino. Decisão que feriu os sentimentos religiosos dos judeus.  Terminada a guerra a Judeia estava quase um deserto. Milhares de judeus morreram lutando, ou de fome ou de doenças. Escravos judeus abarrotavam o mercado. “Um escravo tornou-se mais barato que um cavalo”
 Como vimos por volta do século II a.C., os judeus já haviam se estabelecido em uma vasta área; incluindo a Ásia Menor, norte da África e Roma. Na Europa chegaram antes mesmo do Cristianismo, antes mesmo da destruição do segundo templo de Jerusalém. Na idade moderna já envolvia a “maioria das nações, entre a quais destacam: Espanha, Portugal, a França, a Inglaterra, a Alemanha, a Polônia, a Rússia, porções da índia e da China. A maior colônia Judaica do mundo, fora da Palestina, se encontra na América do Norte.  A Argentina e Brasil, respectivamente estão as maiores colônias judaicas na América do Sul. (CHAMPLIN. Vol.2.p. 141).

Há mais judeus vivendo fora da Palestina do que ali, o que significa que continua havendo uma grande diáspora, até os nossos próprios dias.  No tempo do Novo testamento havia mais judeu vivendo fora da Palestina do que dentro dela.  Estima-se que cerca de três a cinco milhões de pessoas. (CHAMPLIN. Vol.2.p. 141)...


3.   CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente os judeus estão espalhados pelo mundo todo, se estabeleceram   e se envolveram em todos os ramos da economia. Muitos deles se esqueceram de suas raízes e costumes, mas a grande maioria guarda os costumes e datas sagradas. Particularmente conheço alguns que são zelosos em preservar a tradição que foi modificada no decorrer dos séculos.

José Maria Vieira Rodrigues
2° Ano Teologia
Faculdade Paschoal Dantas


4.    BIBLIOGRAFIA
 CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10 ed. São Paulo: Agnus. 2011.
PFEIFFER, Charles F. VAS, Haward F. REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. (Trad.Degmar R. Junior). Rio de Janeiro: CPAD. Vol.05. 2010.

5.    WEBSITES CONSULTADOS. 
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/2655689/OS-JUDEUS-DA-DIASPORA/, visitado dia 19/08/15 17:06 h.






[1]  Existiram vários Antiocos possivelmente este seja Antioco III cf. C HAMPLIN. Vol.2. p 142)
[2] Laodicéia de Apocalipse cap. 3 Foi capital da Frigia. Fundada por Antioco Epfanio II.  Rei da Síria (261-246 a.C.), que repovoou a cidade com famílias da síria e judia que trouxe da  Babilônia. No ano 62 d.C. segundo um recenseamento havia na região 7.500 varões judeus, sem contar as mulheres e crianças. Aqui estavam os mais influentes judeus que tinham o direito de cobrar impostos.  Poucas regiões do mundo romano havia judeus tão ricos com em Laodicéia. (Vargas. p.84)

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