INTRODUÇÃO
O relato a seguir não se trata de
uma pesquisa exaustiva referente ao assunto em epigrafe, no entanto para termos
uma noção do que foi a Diáspora Judaica.
De
forma sintética tratamos do assunto conceito e definições e posteriormente numa
perspectiva histórica, o movimento emigratório dos judeus desde Abraão (c.2200
a.C.) até o ano 130-135 d.C.
A
diáspora judaica é provavelmente uma dos mais interessantes acontecimentos
emigratórios mundiais. Há judeu em toda
parte do mundo atualmente. Dominando a economia, a ciência e a religião. É
absurdamente incrível como um povo que era tão pequeno que vivia em uma faixa
de terra menor que o Estado do Sergipe, se tornou tão numeroso e próspero.
1. CONCEITOS
E DEFINIÇÕES.
Segundo
nos informa R. N. Champlim (Vol.2. p.141) o termo “diáspora” ganhou sentidos no
decorrer da história que envolve os judeus:
1)
O termo é usado para se referir às colônias
judaicas que se estabeleceram em outras partes do mundo, fora da
Palestina. “Diáspora” vem do grego e
significa “dispersão” equivalente ao vocábulo hebraico “golah”.
2) - O termo, também pode se
referir ”aos movimentos voluntários
de emigração de judeus para outras terras, mas também se refere às colônias judaicas que resultaram de
guerras, exílios e aprisionamentos”.
(Bem como), os descendentes dos exilados e deportados também vieram a
fazer parte da diáspora.
Champlim
define diáspora da seguinte forma, também, que:
3) - o termo diáspora
refere-se originalmente aos judeus dispersos fora da Palestina, durante os
períodos grego e romano (...) atualmente, alguns eruditos usam esse termo para
aludir aos judeus dispersos a partir do século IV a.C., quando eles se
estabeleceram em Alexandria, no Egito, ou em Antioquia da Síria. (CHAMPLIN.
Vol.2 p.142)
O
Professor Me. Ivam P. Guedes nos informa que “na época bíblica a palavra
significava “refúgio” e ao mesmo tempo “proteção”, e que somente após a
destruição do segundo Templo passou a significar “dispersão””(Blog
Reflexão Bíblica).
2. OS
JUDEUS PELO MUNDO (2.000 a.C. a 130 d.C.)
O
Dicionário Bíblico Wycliffe (PFEIFFER, VAS, 567,568) nos dá amplas informações
sobre a diáspora informando que:
Desde a época em que
Deus deu a Palestina para Abraão e a seus descendentes como uma possessão permanente
(Gn. 13:14-17), a posição da nação de Israel tem sido determinada por sua
relação com essa terra. (...) A primeira ausência da nação da terra foi predita
em Genesis 15:13, onde o Senhor informa a Abraão sobre o destino de seus
descendentes. Uma promessa de reestabelecimento vem logo em seguida e se
cumpriu com a permanência dos descendentes de Jacó por aproximadamente 400 anos
no Egito. Parece que esse foi o cenário
que, no decorrer da história do povo de Israel, se repetiu várias vezes, pois o
Senhor avisou a Moisés que usaria desse método para corrigir Israel quando se
apostatassem (Deut. 28:15: 15-25; 30:1-4). Assim a nação foi advertida que
seria castigada com a expulsão das terras de Israel. Profetas como Oséias,
Isaias, Jeremias e outros foram enviados para lembra o rei e o povo o motivo de
tal juízo (Os. 9:8; Jer. 8:3; Ez. 04h13min). Não demorou muito para ver oss o
resultado da desobediência. O reino do Norte – Israel foi levado cativo pelo
rei da assíria em 722 a.C (2 Rs. 17:7-20) e aproximadamente 130 anos mais tarde
o reino do sul, Judá, mesmo sendo advertidos pelos profetas é levado cativo
para a Babilônia em 586 a.C. (2 Rs. 24:14; 25:6, 11) e outros emigraram para o
Egito (Jr. 41:17) a contragosto do
Senhor, inclusive o próprio Jeremias. A razão para esta dispersão foi
claramente declarada. Ela consistiu na rejeição que demonstraram para com as
advertências dos profetas, e sua continuidade na idolatria (2 Cro. 36:13-16).
Ptolomeu I, do
Egito (322 – 285 a.C) por ocasião de sua invasão à Palestina levou muitos
cativos para a Alexandria onde se estabeleceram e mais tarde tornou-se um
grande centro judaico. Antíoco[1],
da Síria (322 – 187 a.C), transportou cerca de 2.000 famílias da Babilônia e as
relocou na Frigia[2] e
na Lidia (cf. I Pe. 1:1). “Embora tivessem conferidos direitos e liberdade
consideráveis”. Champlin informa que os judeus se espalharam por um território
muito extenso, tendo atingido a Ásia Menor, e finalmente a própria Grécia.
(CHAMPLIN. Vol.2.p.141)
Seleuco Nicator, da Síria
(c.300 a. C) conquistou a Palestina e deportou em pequena proporção. (CHAMPLIN.
Vol.2. p.141).
Pompeu após capturar
Jerusalém em 63 a.C. levou muitos judeus para Roma para serem vendidos como
escravos. Mais tarde ganharam a liberdade e direitos civis.
Estrabão,
o geógrafo antigo, menciona, em uma época anterior à de Filo, como havia
colônias judaicas que se tinham concentrado em certos lugares. Esse povo já se
instalou em cada cidade, e não é fácil descobrir algum lugar, no mundo
habitável, que não tinha recebido elementos dessa nação, e onde seu poder não
se tem feito sentir. (CHAMPLIN. Vol.2. p.142).
Cláudio, no
ano 45-49 expulsou os judeus de Roma. Atos narra a historia de Áquila e
Priscila provenientes de Roma por terem sido expulso.
A maior diáspora ocorreu em 130-135 d. C. conhecida com a Terceira Guerra
Judaico-Romana também chamada de revolta de Bar Kokhba (filho da estrela), que
se intitulava messias libertador dos judeus. O pivô da revolta teria sido a
intenção do então Imperador Adriano de reconstruir Jerusalém como uma cidade
helenista e sobre o monte do templo seria construído um santuário a Júpiter
Capitolino. Decisão que feriu os sentimentos religiosos dos judeus. Terminada a guerra a Judeia estava quase um
deserto. Milhares de judeus morreram lutando, ou de fome ou de doenças.
Escravos judeus abarrotavam o mercado. “Um escravo tornou-se mais barato que um
cavalo”
Como vimos por volta do século II a.C., os judeus
já haviam se estabelecido em uma vasta área; incluindo a Ásia Menor, norte da
África e Roma. Na Europa chegaram antes mesmo do Cristianismo, antes mesmo da
destruição do segundo templo de Jerusalém. Na idade moderna já envolvia a
“maioria das nações, entre a quais destacam: Espanha, Portugal, a França, a
Inglaterra, a Alemanha, a Polônia, a Rússia, porções da índia e da China. A
maior colônia Judaica do mundo, fora da Palestina, se encontra na América do
Norte. A Argentina e Brasil,
respectivamente estão as maiores colônias judaicas na América do Sul.
(CHAMPLIN. Vol.2.p. 141).
Há
mais judeus vivendo fora da Palestina do que ali, o que significa que continua
havendo uma grande diáspora, até os nossos próprios dias. No tempo do Novo testamento havia mais judeu
vivendo fora da Palestina do que dentro dela.
Estima-se que cerca de três a cinco milhões de pessoas. (CHAMPLIN.
Vol.2.p. 141)...
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente os judeus estão espalhados
pelo mundo todo, se estabeleceram e se envolveram
em todos os ramos da economia. Muitos deles se esqueceram de suas raízes e costumes,
mas a grande maioria guarda os costumes e datas sagradas. Particularmente
conheço alguns que são zelosos em preservar a tradição que foi modificada no
decorrer dos séculos.
José Maria Vieira Rodrigues
2° Ano Teologia
Faculdade Paschoal Dantas
4.
BIBLIOGRAFIA
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10 ed. São Paulo:
Agnus. 2011.
PFEIFFER, Charles F. VAS, Haward F. REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe.
(Trad.Degmar R. Junior). Rio de Janeiro: CPAD. Vol.05. 2010.
5.
WEBSITES
CONSULTADOS.
http://reflexaobiblica.spaceblog.com.br/2655689/OS-JUDEUS-DA-DIASPORA/,
visitado dia 19/08/15 17:06 h.
[1] Existiram vários Antiocos possivelmente este
seja Antioco III cf. C HAMPLIN. Vol.2. p 142)
[2] Laodicéia de Apocalipse
cap. 3 Foi capital da Frigia. Fundada por Antioco Epfanio II. Rei da Síria (261-246 a.C.), que repovoou a
cidade com famílias da síria e judia que trouxe da Babilônia. No ano 62 d.C. segundo um
recenseamento havia na região 7.500 varões judeus, sem contar as mulheres e crianças.
Aqui estavam os mais influentes judeus que tinham o direito de cobrar
impostos. Poucas regiões do mundo romano
havia judeus tão ricos com em Laodicéia. (Vargas. p.84)
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